O CUMPLICIDADES configura-se como um novo evento em cada edição. O convite a alguém sempre diferente para projetar as participações nacionais assegura um olhar renovado. A cumplicidade de parcerias diversificadas no seu acolhimento estimula a pluralidade e uma dinâmica urbana que ambiciona alcançar um público também plural.
Em 2023, ao programa estabelecido por Luiz Antunes, acrescem propostas selecionadas a partir de uma convocatória aberta a artistas de origem estrangeira e a residir em Portugal. O período pandémico não favoreceu a visibilidade de profissionais que aqui se fixaram recentemente, e quis-se apresentar criações que decorrem de percursos laborais e estéticos diversificados, abrangendo vários continentes. O todo é reforçado pela proposta vocacionada para o público infanto-juvenil, e pela articulação com a formação regular para profissionais da EIRA.
O CUMPLICIDADES marca a dança contemporânea no imaginário da cidade, reclama esse território, ainda que consciente da crescente prática interdisciplinar e do hibridismo. Defende a heterogeneidade de intervenções no fórum público, mas posiciona-se dentro da dança para melhor questionar as suas fronteiras, a sua definição.
Francisco Camacho
A EIRA é uma estrutura artística sediada em Lisboa, dedicada ao desenvolvimento e promoção, nacional e internacional, da dança e da performance contemporâneas. Tem como missão apoiar e apresentar artistas portugueses e estrangeiros, cujas áreas de trabalho são a dança e restantes disciplinas artísticas que trabalham o corpo, o movimento e o pensamento. São objetivos da EIRA criar, produzir, difundir, promover, afirmar e projetar a contemporaneidade portuguesa. A EIRA produz e promove regularmente o trabalho do seu diretor, Francisco Camacho.
Desde 1996, empenhou-se na produção e promoção internacional dos trabalhos de alguns dos mais relevantes artistas portugueses contemporâneos, nomeadamente os coreógrafos Rafael Alvarez, Mariana Tengner Barros e Tiago Cadete. Para além destes artistas associados, apoia igualmente outros artistas (portugueses e estrangeiros) ao longo do ano, não só providenciando espaço de trabalho em Lisboa para estes desenvolverem as suas criações/investigações/projetos artísticos, como também através da coprodução e apresentação dos seus trabalhos (desde 2015) no Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa – Cumplicidades.
Paralelamente, desenvolve ainda atividades de formação e sensibilização de públicos, dirigidas à comunidade em geral.
Ao completar 30 anos de atividades, reafirma-se como estrutura de criação artística contemporânea e como local de passagem, encontro e cruzamento de criadores e projetos. Prossegue a sua atividade através da produção de novos espetáculos, da organização de festivais internacionais, mostras, ciclos, encontros, conferências e laboratórios artísticos; do fomento da circulação internacional na Europa, América, África e Ásia; do contributo para a memória da dança/performance contemporânea; do incentivo a um ensino artístico de qualidade e a longo prazo.